- Escolher um determinado grupo de palavras - de acordo com temas, sintaxe, etc...
- Construir frases, dentro de limites impostos, com essas mesmas palavras...
- Elaborar um texto a partir das frases conseguidas...
O texto:
Uma saída com o Alberto era – para basicamente
qualquer um - motivo de alegria. O Alberto era um pleaser, e se desejava algo tornava-se socialmente ainda mais interactivo, agradável, meio meloso, atento a
cada virar de esquina, a cada longa recta. O incrível é que tudo com ele era
uma constante verdadeira surpresa… e a Elisa questionava-se sempre: Como?
Ele levava-a onde menos esperava… Se se preparava para
ir dançar, acabava numa tasca a ouvir fados e a beber ginginha; se se preparava
para uma exposição, acabava a dançar numa discoteca; e se se preparava para a
tasca, acabava na ópera… Com o Alberto, a vida era uma incógnita, um esvoaçar
pelo vento da liberdade, rasando tenuemente a irracionalidade.
- Onde vamos? Estou vestida para a ocasião?
- Muito vestida para a ocasião…
- Eu acho que tu só decides onde levar-me depois de
veres como me preparei…
O Alberto beijou-lhe suavemente o rosto, despejando um
leve sussurro, quente e protector…
- Gosto de ti de qualquer maneira…
Deslizou, encantada, pela exposição. Sentia-se
reavivada. As pinceladas alheias nas mais variadas telas tinha um efeito
devastador sobre a sua psique. Perdia-se na contemplação das cores, da
neutralidade ou tempestividade dos artistas, sentia na pele as mensagens.
Ele alcançou-a.
- Toma…
- Um livro?
- As biografias e obras dos artistas participantes.
Sorriu de volta para ele, como uma criança sorri,
divertida ao receber um presente.
- Alberto, gosto daquela tela! Parece estar viva!
Avançou na sua direcção, prospecto da exposição numa
mão, livro noutra – mostra da sua documentação sobre o evento; mostra do seu
apreço.
- Não sei! Olho para ela e sinto-me envolvida…
sinto-me feliz… sinto-me liberta… e ao mesmo tempo presa: não quero fugir da
felicidade…
- Tu enfrentas tudo na vida com essa mesma paixão…
ficas a olhar uma gota de água a escorrer pela janela, desde que ela lá se
apresenta até ao momento em que ela se desfaz no caixilho, misturando-se com
outras…
- Fazes-me parecer louquinha! – ele sorriu – Sabes que
a minha paixão é de astrofísica!
- Claro! E arte moderna, contemporânea, e livros,
todos os livros, e música, toda a música… e claro está, o imenso e inesgotável
Cosmos…
Fingiu ignorá-lo...
- No que respeita a arte, prefiro a clássica: todos
aqueles adónis e venús… toda aquela perfeição mítica… toda aquela exposição
simplista, desprovida de pudor, ardente de apreciação…
- Pois claro! – selou-lhe os lábios com um beijo…